Será que é certo dizer, antes de começar a namorar, que quero um relacionamento com vistas ao casamento?
Será que a outra pessoa vai acabar fugindo?
"E se, antes mesmo de começar um namoro, eu disser: ‘Quero me relacionar pensando em casamento’? Será que a outra pessoa não vai sair correndo?”
Talvez esse sussurro já tenha aparecido várias vezes dentro de você. Hesitação, medo e, ao mesmo tempo, a vontade de deixar tudo claro se misturam e fazem seu coração acelerar muitas vezes ao dia. Muitas pessoas sentem essa mesma insegurança na mesma fase, por isso, essa oscilação é algo absolutamente natural. Não é porque você é “exigente demais”, mas porque é um dilema humano bastante comum.
Por que esse tipo de preocupação soa tão intensa? A teoria do apego explica que, ao formar laços íntimos, o ser humano busca antes de tudo segurança. Essa segurança vem da previsibilidade de que o outro permanecerá ao nosso lado. O casamento simboliza justamente essa previsibilidade. Além disso, estudos em psicologia cognitiva mostram que tendemos a superestimar situações incertas, aumentando o nível de preocupação. Em outras palavras: o pensamento “Se eu falar de casamento, posso ser rejeitada” talvez esteja inflando o risco real. Ao entender esse mecanismo, você pode enxergar o medo não como falha pessoal, mas como um sistema de proteção do cérebro em ação.
O que é que eu realmente quero?
Agora, que tal virar o olhar para dentro? Pergunte a si mesma: “Por que o tema casamento é importante para mim agora? Quais são meus valores, meus objetivos de vida e quais sentimentos busco em um relacionamento?”. Essas perguntas não são para convencer o outro, mas para clarear seu próprio desejo. Você pode, por exemplo, dialogar consigo mesma: “Querer um relacionamento com vistas ao casamento é uma escolha minha para sentir segurança. Ao mesmo tempo, quero respeitar a liberdade de escolha da outra pessoa”. Esse equilíbrio interno torna seu pensamento mais leve e flexível.
Nem tudo se decide de uma só vez.
Na conversa real, pode ser mais útil avançar por etapas do que revelar tudo de uma vez. No início do relacionamento, fale sobre estilos de vida e sonhos de futuro. Depois, vá introduzindo frases como: “Eu tenho o sonho de construir uma família estável algum dia. E você?”. Esse formato em forma de pergunta facilita que ambos compartilhem sua visão. Essa abordagem se parece com a técnica de “exposição gradual” da terapia cognitivo-comportamental, que ajuda a reduzir o peso da ansiedade passo a passo. Se a outra pessoa tiver sonhos semelhantes, a conversa se aprofunda; se não, ambos poderão reconhecer as diferenças em um espaço de respeito mútuo. O mais importante é: não esconder seus desejos, mas também valorizar o tempo e os sentimentos do outro de maneira igualitária.
Prática do dia
Proponho uma pequena prática para hoje. Escreva no seu diário duas frases iniciais e, em seguida, dedique três minutos para completá-las livremente:
① “Quando sinto que quero me casar, a emoção mais intensa que surge em mim é ___.”
② “Ao começar uma relação, o valor essencial que quero transmitir à outra pessoa é ___.”
Muitos relatam que esse exercício simples os ajudou a perceber que o significado que atribuem à palavra “casamento” é muito maior e mais positivo do que o medo associado a ela. Quando você coloca no papel, a preocupação vaga se transforma em plano concreto.
Você tem todo o direito de desenhar com clareza a vida que deseja. Não há pressa — nem necessidade de esconder seus sentimentos. Se quiser, pode aprofundar ainda mais esse processo com apoio profissional. E quando sentir vontade de bater à porta, a luz de uma sala de terapia estará sempre acesa para acolhê-la. Respeitando o seu tempo, apoio hoje a sua voz autêntica.
Este conteúdo foi útil para você?
Compartilhe com pessoas queridas. Vamos espalhar conhecimento juntos!